Depois de Mary Poppins, Titanic e Star Wars, assistam à ultra-mega-produção:
Ao longo de quase todos os - cerca de - 15 últimos anos eu tenho trabalhado na preparação de grupos de crianças (regendo ou supervisionando) para o acesso às escolas públicas de excelência. No caso em tela, acesso ao 6º ano
Num certo ponto da preparação, eu quase sempre proponho aos alunos um dos problemas que mais me marcaram quando era ainda bem jovem, que é o problema da velhinha (que eu batizei de Dona Escolástica Calculina) e do lógico.
O problema é especial porque é terrivelmente simples e elementar sem ser terrivelmente fácil. Ele é quase uma mágica cognitiva no sentido de que a narrativa é, ao mesmo tempo, a redenção e a ruína de quem tenta resolvê-lo, dependendo do ponto onde você decide deixar a sua atenção.
Por conta dessa dificuldade quase "etérea", uma bela maneira de melhorar as chances do aluno resolver o problema sozinho é fazendo com que ele se coloque na posição do personagem, vendo o que o personagem vê e pensando como o personagem pensaria.
Daí nasceu a ideia de fazer um esquete com os alunos e assim tenho feito há cerca de 15 anos.
Neste ano, entretanto, uma das alunas perguntou se eu não poderia gravar a encenação. Consultei os demais alunos e seus responsáveis e, como era de interesse de todos, fizemos como sugerido: no dia marcado para a encenação, ensaiamos algumas vezes e gravamos a dramatização e a resolução do problema pelos alunos.
Tentei dar o foco menos comercial possível. Os alunos encenaram com suas roupas do cotidiano. A sala não foi previamente preparada para a filmagem (exceto pelas figuras desenhadas pelos próprios alunos nos quadros). A única coisa que parece ter sido feita especialmente para a ocasião foi a claquete (muito bem feita pela Allegra). Na edição, a parte do "making of" eu poderia deixar bem melhor. Mas, como eu não tenho experiência com edição de vídeos, picotar a parte dos ensaios, colocar efeitos e sons especiais iria exigir de mim pelo menos mais dois dias de trabalho. Por isso, decidi deixar como ficou.
Para alguns parecerá monótono (na verdade, basta ver os 5 primeiros minutos), mas, para os que participaram, ver e rever aquelas cenas ajudará a manter viva a lembrança carinhosa de uma época em que aprender se mostra como um atividade bastante divertida e empolgante. Espero que, para boa parte deles, assim como tem sido para mim, esta “época especial” se estenda pela vida inteira.
ERRATA: Num certo ponto do vídeo aparece a expressão "making off". O correto, porém, é "making of", com somente um "f".